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dançar o que se vive

livro | vídeo-dança

Como a dança cênica deu forma às experiências de vida durante a ditadura civil-militar no Brasil? Do vasculhar em arquivos, bibliotecas,  hemerotecas e acervos pessoais, articulado à realização de uma série de entrevistas, esta investigação emergiu como uma forma de encontrar e olhar fragmentos de uma memória que constituem a própria investigadora – alguém que, em outro tempo, segue se interessando pela dança enquanto espaço de encontro e invenção de liberdades.  

Em meio à ditadura civil-militar em seus momentos de maior repressão, a produção de dança na maior cidade do Brasil se reinventou, voltando-se com assertividade para o presente. Os trabalhos desenvolvidos na década de 1970 por Marilena Ansaldi, Célia Gouvêa e Maurice Vaneau e pelo Ballet Stagium expressam diferentes maneiras de dar forma ao que então se vivia – em termos de sociabilidade, lutas, costumes e práticas, inclusive da própria dança –, e apontam questões cuja pertinência não cessa de se atualizar. Não só as peças indicavam interesses urgentes, mas também os espaços onde a dança fervilhava se inventaram para reinventar maneiras de dançar. Assim, pelo movimento dos próprios artistas da dança, foi criado em São Paulo o Teatro de Dança Galpão, que abrigava práticas de formação livre e criações experimentais, funcionando como um laboratório daquilo que viria a se constituir como uma dança contemporânea na cidade. Uma imersão antropológica pelo primeiro ano de funcionamento deste espaço abre olhares para os paradoxos das políticas culturais de Estado e para as invenções de liberdade diante de um regime ditatorial. Voltar-se à vida que insiste em pulsar, a despeito das tentativas de mortificação, é motor para o movimento em qualquer tempo.

Com orientação de Dorothea Voegeli Passetti, a pesquisa Dançar o que se vive: dança em São Paulo na década de 1970 foi premiada na área de Antropologia no 21º Encontro de Iniciação Científica da PUC-SP (2012).  A dissertação de mestrado Teatro de Dança Galpão: experimentações em dança e práticas de resistência durante a ditadura civil-militar no Brasil foi financiada pela CAPES (2013-2015) e, em 2016, foi publicada em livro pela editora Prismas. Para além do texto, a pesquisa também desembocou em um experimento em vídeo, sem título, realizado em parceria com Marina Arruda.

dançar o que se vive: Projetos
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